quinta-feira, 17 de maio de 2007

Motu Proprio no CELAM: “É chegado o tempo”

A notícia não poderia ser mais animadora. Em discurso feito anteontem (14/05/2007) no CELAM, em Aparecida, o Cardeal Darío Castrillón Hoyos informou oficialmente os Bispos da América Latina sobre a iminente intenção do Santo Padre em promulgar um motu proprio para a liberação da Missa Tridentina e da liturgia tradicional. O Cardeal Hoyos é Presidente da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei, criada pelo Papa João Paulo II para acolher os fiéis tradicionalistas que desejavam permanecer em comunhão com a Igreja, quando da excomunhão do Arcebispo francês Marcel Lefebvre, em 1988.
O discurso é muito sereno e percebe-se claramente que o Cardeal não está debatendo a questão ou pedindo qualquer opinião dos bispos. Ao contrário, ele parece apenas comunicar um fato iminente, a pedido do próprio Papa Bento XVI, que havia preparado o terreno na semana anterior, com suas contundentes intervenções sobre os abusos na liturgia e a doutrina tradicional da Igreja, conforme tratei no post abaixo.
Seguem abaixo os trechos mais importantes do discurso do Cardeal Hoyos, em Aparecida:
"(...) Na verdade, trata-se de uma oferta generosa do Vigário de Cristo que, como expressão de sua vontade pastoral, quer colocar à disposição da Igreja todos os tesouros da liturgia latina que durante séculos nutriu a vida espiritual de tantas gerações de fiéis católicos. O Santo Padre quer conservar os imensos tesouros espirituais, culturais e estéticos ligados à antiga liturgia. A recuperação dessa riqueza une-se à não menos preciosa da atual liturgia da Igreja.
Por essas razões, o santo Padre tem a intenção de estender a toda a Igreja latina a possibilidade de celebrar a Santa Missa e os Sacramentos segundo os livros litúrgicos promulgados pelo Beato João XXIII, em 1962. Por esta liturgia, que nunca foi abolida, e que , como dissemos, é considerada um tesouro, existe hoje um novo e renovado interesse e, também por essa razão o Santo Padre pensa que é chegado o tempo de facilitar, como havia querido a primeira Comissão Cardinalícia em 1986, o acesso a esta liturgia, fazendo dela uma forma extraordinária do único rito Romano. (...)" (os destaques são meus).

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